Atendendo demandas de produtividade massiva e redução de erros, a automação e a robótica fazem parte de um mercado global em expansão. O setor de robótica deve fechar em 2024 com uma receita de US$ 42,59 bilhões, com CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta) de 13,4% até 2029, cujo montante estimado é de US$ 79,87 bilhões. As informações são de uma análise feita pela Mordor Intelligence, empresa especialista em pesquisas de mercado.

Essa alta é atribuída à crescente aplicação da Internet das Coisas (IoT) no mercado, bem como ao investimento em robótica. A China é o maior mercado de robôs industriais do mundo, mas outros países também têm papéis importantes no cenário global. Além dos chineses, norte-americanos e europeus, os outros países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) são grandes players de tecnologia.

Com a inserção de novos membros no bloco – agora chamado BRICS+ –, espera-se que a evolução seja ainda maior. A presença do Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes deve intensificar a modernização e diversificação do mercado.

O papel dos robôs na modernização da produção

Os robôs são ferramentas essenciais para a automação e produção. Essas máquinas tornam a cadeia produtiva mais rápida, segura e precisa, podendo ser integradas em uma série de atividades diferentes.

Braços robóticos podem executar ações repetitivas ou mover peças pesadas com muito mais facilidade do que um ser humano, tornando a produção otimizada e inteligente.

Com o auxílio de outros recursos, os robôs ganham ainda mais eficiência. Atuadores elétricos, controladores, sensores, Inteligência Artificial (IA) e IoT podem potencializar o funcionamento robótico e trazer grandes benefícios de produtividade.

Robótica colaborativa

Um robô colaborativo, também chamado de cobot, interage com os humanos no ambiente de trabalho. Como o próprio nome já indica, sua principal função é ajudar na facilitação dos processos. Para isso, usa a automatização.

De modo geral, os cobots apresentam algumas diferenças em relação aos robôs convencionais:

• Fácil programação: mesmo pessoas sem experiência em programação conseguem configurá-los através da interface simplificada da tela touchscreen.
• Rápida instalação: se antes um robô demorava dias para ser instalado, o cobot leva apenas algumas horas.
• Locomoção: robôs colaborativos tendem a ser leves e contar com um design que permite seu armazenamento e locomoção sem dificuldade.
• Segurança: ao usar os cobots para realizar tarefas perigosas, a integridade física dos operadores humanos se torna prioridade.

Os cobots são ideais para operações que envolvem repetições, pouca ergonomia e baixo valor agregado. Isso contribui para reduzir a margem de erros, poupar funcionários de perigos iminentes ou consequências físicas a médio/longo prazo e economizar insumos.

De acordo com a Federação Internacional de Robótica (IFR), os cobots devem representar cerca de 34% do total de vendas da robótica em 2025.

Vantagens competitivas da automação e robótica

A robótica é um instrumento que as empresas podem e devem utilizar para entregar a melhor qualidade possível de serviços e produtos, assim como solidificar seu espaço no mercado.

A constante evolução da automação elétrica e da Indústria 4.0 faz com que seja inviável ignorar suas tecnologias. Ao oferecer praticidade, velocidade, precisão e economia a sistemas automatizados, cobots, robôs habilitados para IA e outras ferramentas, não seguir os passos do setor não é uma opção.

O uso de tecnologias avançadas é bem visto pelo mercado e pelos consumidores, já que seus benefícios garantem mais qualidade. Ainda que a intervenção humana se mantenha necessária para o desempenho bem-sucedido das operações, os meios tecnológicos trazem mais segurança e modernidade à cadeia de produção.

Sustentabilidade e eficiência energética

A precisão da robótica industrial ajuda a diminuir o índice de retrabalhos de maneira drástica, resultando em economia de insumos.

Isso pode ser relacionado a diversas fontes, como água, eletricidade, gás e combustível – neste último, a redução da emissão de carbono é relevante para a proteção ambiental.

A eficiência energética é um dos principais pontos de interesse das fábricas. A solução para a economia é encontrada na automação elétrica dos robôs, que podem desligar sozinhos perante inatividade ou o término de operações.

Máquinas mais modernas também contam com sistemas de economia de energia, ajudando a reduzir significativamente os custos e preservando suas próprias vidas úteis por períodos mais longos.

Desafios e tendências para o futuro da automação e robótica no mercado

Um dos principais desafios do setor em relação à automação e à robótica é a falta de profissionais com conhecimento técnico adequado.

Mesmo que as máquinas realizem diversas funções de forma independente, a intervenção humana ainda é necessária para a programação, manutenção e gerenciamento dos robôs – especialmente os de sistemas mais complexos.

Atualmente, o mercado tem demandas altas e moderadas em especializações que envolvem engenharia de automação, manutenção e análise de sistemas robóticos, Inteligência Artificial e padronização de processos.

Sobre as perspectivas futuras, os mercados dos Estados Unidos, Canadá e países europeus continuarão relevantes, mas o relatório sobre robótica da Mordor Intelligence aponta que, até 2029, empresas da Ásia-Pacífico apresentarão maior crescimento.

Já a consultora BCG (Boston Consulting Group) aponta as principais tendências para a robótica até 2030:

• Consolidação da Inteligência Artificial e Machine Learning.
• Maior interação entre humanos e robôs com os avanços da Internet das Coisas.
• Robôs assumindo funções que exigem menos habilidades técnicas.
• Maior necessidade robótica devido a mudanças nas demandas globais e no perfil dos consumidores.