Pix supera cartões de crédito e débito em 2021
‘Vai pagar no crédito ou no débito?’ Talvez nenhum dos dois, pois agora o brasileiro vai pela terceira via: segundo pesquisas, o Pix superou as tradicionais formas de pagamento e agora é a segunda forma de pagamento mais adotada no país.
A praticidade, segurança e até possibilidade de descontos permitiram que essa opção fosse amplamente adotada em tão pouco tempo.
O cartão de crédito com limite alto ainda é um desejo para pessoas que querem fazer uma compra mais cara. No entanto, para quem trabalha com débito, a facilidade do Pix transformou a forma de pagamento do brasileiro. Entenda!
Pagamento popular
Duas pesquisas mostram o Pix como segundo pagamento mais popular entre os brasileiros, mas há divergências entre o primeiro lugar.
De acordo com a pesquisa feita pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com o Sebrae, a ordem da escolha dos pagamentos é:
- 71% dos brasileiros fazem pagamentos com dinheiro vivo;
- 70% com Pix;
- 66% com cartão de débito;
- 57% com cartão de crédito.
Quando o assunto é comprar em lojas, no entanto, o resultado é um pouco diferente. Nos estabelecimentos físicos, o cartão de débito ainda é o preferido (32%), com o crédito (30%) e o dinheiro (25%). Já no e-commerce, a preferência é pelo crédito (52%).
Já a pesquisa feita pela Fiserv mostra que 28% dos brasileiros preferem pagar com cartão de crédito e débito, enquanto 22% optam pelo Pix.
Esta mesma análise aponta que o meio de pagamento é visto como mais confiável pelos consumidores (66%), seguido por dinheiro em espécie (57%), código de barras (57%) e cartão com chip na maquininha (56%).
Por fim, uma pesquisa realizada pela Zetta em parceria com o Datafolha apontou que 81% dos entrevistados realizam pagamentos pelo recurso, que fica atrás apenas do cartão de débito (85%) e do dinheiro em espécie (84%).
Cartão de crédito, boleto bancário e carteira digital têm 74%, 53% e 52% de adesão entre os entrevistados, respectivamente.
Rapidez e gratuidade
Lançado em outubro de 2020 pelo Banco Central (BC), o Pix ganhou popularidade com muita rapidez. O objetivo era facilitar as transações bancárias, já que tanto o TED quando o DOC poderiam demorar até 1 dia útil, tinham regras específicas e custavam uma boa taxa.
O novo recurso resume todo esse tempo a segundos — e sem cobrar nenhuma taxa de pessoas físicas. Para empresas, no entanto, a cobrança varia conforme a instituição bancária.
No lançamento do Pix, houve isenção de cobranças, mas logo depois elas começaram a ocorrer. Alguns bancos ainda mantêm essa anulação.
Mudanças com a pandemia
A pandemia de Covid-19 intensificou os pagamentos online. No entanto, a agilidade e gratuidade do Pix apontam que a adesão aconteceria independentemente de um cenário caótico como o de 2020.
Por isso, o uso do recurso provavelmente não acabará ou diminuirá muito no pós-pandemia.
Segurança para consumidores e lojistas
O pagamento via Pix permite que o consumidor pague sem ter que andar com dinheiro vivo no bolso — que pode ser um problema no caso de roubo ou perda da carteira. Já para o lojista, é um pagamento sem a cobrança de taxas feitas pelas máquinas de cartões de crédito.
Por isso, alguns estabelecimentos também oferecem descontos a quem prefere fazer essa transferência.
O problema é que essa facilitação nas transações bancárias também atraiu golpistas e ladrões. Para aumentar a segurança do usuário, o BC implementou novas regras para transferências.
Desde o dia 4 de outubro de 2021, o limite do valor de transferências é de R$1 mil das 20h às 6h. Além disso, o próprio consumidor poderá estabelecer limites transacionais diferentes para os períodos diurno e noturno.
Dessa forma, ele pode limitar a transferência à noite a R$500, por exemplo.
Texto: Gustavo Marques