Busca por pequenos apartamentos volta a crescer em São Paulo

Publicado por redator em

Nas grandes metrópoles mundo afora, a tendência por pequenos apartamentos, especialmente nas regiões centrais, já é uma realidade há alguns anos. Esse cenário vem se ampliando também aqui no Brasil, especialmente nas capitais.

Exemplo claro disso é o aumento na busca por apartamentos pequenos em São Paulo. Esses imóveis conseguem oferecer praticidade para quem deseja morar em regiões mais privilegiadas sem ter que gastar tanto em aluguel e transporte.

Além do uso residencial, parte desses lugares também é usado como sala comercial ou escritório, reduzindo assim os custos de quem tem um negócio, mas não precisa de tanto espaço.

Boom dos compactos em São Paulo

De acordo com informações publicadas pela revista Istoé Dinheiro, entre 2014 e 2020 foram lançados 250 mil apartamentos compactos em São Paulo.

Os bairros mais procurados ficam localizados nas regiões central, sul e oeste da capital, como Jardins, Vila Mariana e Pinheiros, respectivamente.

Entre janeiro e dezembro de 2021, de um total de 50 mil unidades, foram lançadas 37.500 com área de, no máximo, 45 metros quadrados na capital paulista.

Em outras palavras, em cada 10 imóveis construídos, 7 são compactos. As informações são do Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

Tal mudança está relacionada a diferentes fatores, a exemplo das alterações na composição familiar (casal jovem sem filhos ou pessoas solteiras) e da própria busca por moradias que fiquem bem localizadas sem um custo final tão elevado, sendo próximas:

  • Ao trabalho;
  • Ao comércio;
  • Ao transporte público;
  • A restaurantes.

Há de se lembrar que o chamado Plano Diretor, legislação urbana criada durante o mandato de Fernando Haddad como prefeito da capital, está por trás desse boom de pequenos imóveis, já que seu objetivo era exatamente o de incentivar a construção de unidades menores.

A exigência de uma quantidade mínima de apartamentos por edifício é uma das determinações do Plano Diretor que fez com que as construtoras diminuíssem a metragem para ter mais unidades disponíveis – algo que, do ponto de vista financeiro, é um tanto quanto vantajoso.

A possibilidade do uso comercial desses microimóveis também é outra vantagem, especialmente para aqueles que estão ingressando no mundo dos negócios.

Sendo assim, as unidades podem servir de escritórios, estúdios e salas comerciais, bem como para aluguel por temporada.

Tendência abrange todo o país

A busca por imóveis compactos, porém, não se restringe à São Paulo. É o que revela um levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção divulgado em julho de 2022. 

No primeiro trimestre do ano, houve um aumento de 30% no número desse tipo de imóvel no Brasil em relação ao mesmo período de 2021.

Até mesmo nas regiões Norte e Nordeste, onde essa modalidade de moradia era muito mais improvável, há uma expansão gradativa desses imóveis de tamanho reduzido.

Algo que pode ser explicado em grande parte por conta da expansão das cidades e da própria situação econômica do país.

Vale ressaltar que a opção por viver em um apartamento de dimensões tão reduzidas implica uma readequação tanto no modo de vida como nas escolhas do dia a dia. A vertente minimalista, em que “menos é mais”, por exemplo, é de grande ajuda nesses casos.

Isso porque tudo deve ser utilizado de maneira mais prática e livre de excessos, já que o espaço disponível é o mínimo. Sendo assim, a escolha dos móveis e da própria decoração do ambiente deve respeitar uma certa organização, priorizando a funcionalidade de cada objeto.

Esse aspecto funcional ganhou ainda mais força com a pandemia de COVID-19, já que muitas pessoas tiveram que adaptar a rotina do lar ao trabalho em casa (o chamado home office) – mudança essa que deve se perpetuar nos próximos anos, independentemente da situação sanitária.

Categorias: Imóveis